PF não confirma nem nega vínculo de hackers e mensagens de Moro e Dallagnol

Em apresentação a jornalistas na tarde de hoje sobre a investigação do ataque hacker ao celular do ministro Sergio Moro (Justiça), a Polícia Federal evitou declarações sobre vínculo entre os quatro suspeitos presos e as mensagens vazadas de conversas entre Moro e procuradores da Operação Lava Jato.
A apresentação durou cerca de 15 minutos, e os repórteres não puderam fazer perguntas ao delegado João Vianey Xavier Filho, coordenador geral de inteligência da PF, e ao perito criminal Luiz Spricigo Junior, diretor do INC (Instituto Nacional de Criminalística), que conduziram a reunião.
Um jornalista chegou a perguntar em voz alta no auditório se eles confirmariam as declarações do ministro Sergio Moro, de que os supostos hackers teriam relação com os vazamentos. Mas o delegado e o perito deixaram o local sem responder.
A Polícia Federal prendeu ontem quatro pessoas na Operação Spoofing, que apura ataque ataque hacker ao celular de Sergio Moro e às contas de Telegram de outras autoridades.
Moro fala veicula episódios, e Intercept refuta
O delegado e o perito não abordaram se existe relação entre os suspeitos presos e os diálogos vazados, que vêm sendo publicados em reportagens do site "The Intercept Brasil" e também em reportagens feitas em parceria com a Folha de S.Paulo, o blogueiro do UOL Reinaldo Azevedo e a revista Veja.
"Parabenizo a Polícia Federal pela investigação do grupo de hackers, assim como o MPF e a Justiça Federal. Pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes. Elas, a fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime", escreveu Moro, no Twitter.
O jornalista Leandro Demori, do "The Intercept Brasil", também usou o Twitter para responder o ministro. Sem confirmar ou negar que os presos tenham servido como fonte para reportagens do site, ele afirma que a conclusão "fica por conta" de Moro: "Nunca falamos sobre a fonte. Essa acusação de que esses supostos criminosos presos agora são nossa fonte fica por sua conta. Em um país sério, o investigado seria você".
Preso falou em clonagem
Um dos presos na operação, Walter Delgatti Neto, itiu em depoimento ter clonado o celular do procurador da República Deltan Dallagnol, de acordo com uma fonte ligada ao caso que pediu para não ser identificada.
Delgatti Neto foi detido pela Polícia Federal e prestou depoimento até as 23 horas de ontem. Segunda essa fonte, ele está "entregando tudo" aos investigadores.
Outro dos presos na terça-feira (23), o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, disse a seu advogado que Delgatti Neto mostrou a ele mensagens de autoridades obtidas ilicitamente.
Brecha
Segundo parecer do MPF (Ministério Público Federal), os hackers exploraram uma falha que seria comum a todas as operadoras de telefonia, "as chamadas em que o número de origem é igual ao número de destino são direcionadas diretamente para a caixa postal, sem necessidade de inserção de senha de o ao conteúdo das mensagens gravadas", diz trecho do documento.
Conhecendo essa falha, os suspeitos teriam utilizado serviços de tecnologia Voip, de ligações de voz pela internet, que permite alterar o número de origem, para simular ligações do número de Moro para o próprio celular, com o objetivo de direcionar essa chamada para a caixa postal. A intenção de ar a caixa postal do ministro seria obter o código de o ao Telegram Web, programa utilizado no computador para ar o aplicativo de mensagens Telegram.
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